Simplício Dias da Silva

Simplício Dias da Silva

“Ao lado de outros patriotas parnaibanos proclamou a Independência do Piauí”

Simplício Dias da Silva nasceu no dia 02 de março de 1773, na vila de São João da Parnaíba, hoje Parnaíba – Piauí. Filho do rico empresário português ali radicado, Domingos Dias da Silva e de Claudina Josefa. Com menos de 21 anos de idade herdou um patrimônio – representada por indústria de charque com seis grandes estabelecimentos e estaleiros – que foi dividido entre ele e um meio-irmão mais jovem, o alferes Raimundo Dias da Silva.

Alferes de cavalaria da ordenança de Parnaíba (07/03/1793), capitão (27/05/1793), sendo depois confirmado por ato régio para servir no regimento da guarnição do Maranhão, como agregado (14/06/1796). Foi ajudante de campo do comandante chefe na tristemente célebre expedição de Açuí. Em 22 de janeiro de 1806, por patente do governador, foi nomeado comandante militar da vila da Parnaíba. Em 07 de fevereiro de 1809 passou a coronel comandante do regimento de cavalaria miliciana, em que se reformou por decreto de 28/07/1821.

Tomou parte ativa no movimento da Independência, liderando-o na Parnaíba, juntamente com o juiz de fora, João Cândido de Deus e Silva, capitão Domingos Dias da Silva Henriques, José Ferreira Meireles, Ângelo da Costa Rosal, Bernardo de Freitas Caldas e tenente Joaquim Timóteo de Brito. Sob a liderança desses próceres do movimento emancipacionista, em 19 de outubro de 1822, ainda sem conhecimento exato do 7 de setembro no Ipiranga, o Senado da Câmara Municipal de Parnaíba, proclamou oficialmente a Independência do Brasil, e sua espontânea união com Portugal, a constituir uma confederação, como desfecho lógico da cadeia de fatos que, de modo inesperado, quebrou-se às margens do Ipiranga, no dizer de Odilon Nunes. “Foi a restauração do Reino Unido, caso único na história do Brasil, e também foi ato precursor de 24 de Janeiro, e da batalha do Jenipapo” (NUNES, Odilon. Pesquisas para a história do Piauí. Vol, 2. Teresina: FUNDAPI/FCMC, 2007).

Dado o destacado papel que desempenhou nesse movimento de emancipação política do Brasil, com a consolidação da Independência, foi reconhecido pelo imperador D. Pedro I. E nomeado por carta imperial de 25 de novembro de 1823, para inaugurar a presidência da província do Piauí, como seu primeiro presidente, “em consideração aos distintos merecimentos, patriotismo e adesão à sagrada causa deste império e mais qualidades recomendáveis”. No entanto, mais uma vez por causas que ainda não foram definitivamente analisadas, mas também por não querer deixar o seu domicílio e a gerência de seus negócios em Parnaíba, recusa a nomeação que, por fim, recai na pessoa de Manuel de Sousa Martins, depois visconde da Parnaíba, figura central do mesmo movimento na capital da província e no centro-sul do Piauí.

Recebeu da rainha dona Maria I, em 05 de agosto de 1795, carta de brasão de armas, teve hábito da Ordem de Cristo, em que professou, o foro de fidalgo cavaleiro da Casa imperial e foi dignitário da Imperial Ordem do Cruzeiro.

Em seu solar de Parnaíba mantinha uma banda de música composta por escravos, na maior parte educados em Lisboa e no Rio de janeiro. Esteve na França e na Inglaterra. Lutou pela criação da alfândega de Parnaíba.

Patrono da Cadeira nº 15 da Academia Parnaibana de Letras, o coronel Simplício Dias da Silva faleceu em sua residência, na cidade de Parnaíba, em 17 de setembro de 1829, e foi sepultado na igreja matriz, capela do S.S. Sacramento, ao lado do pai e do irmão prematuramente falecido.

Fontes consultadas:

>> BASTOS, Cláudio de Albuquerque. Dicionário Histórico e Geográfico do Estado do Piauí. Teresina: Fundação Cultura Monsenhor Chaves, 1994, p. 600.>> Coronel Simplício Dias da Silva

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