Torquato Pereira de Araújo Neto

Torquato Pereira de Araújo Neto

“Por onde passa a memória, lembrando histórias de um tempo que não acaba” Poesia – A Rua

Torquato Pereira de Araújo Neto nasceu em 09 de novembro de 1944, em Teresina.  Aos 16 anos foi morar em Salvador – BA, onde conheceu Gilberto Gil, Caetano Veloso e foi assistente no filme “Barravento”, de Glauber Rocha.

Mudou-se mais tarde (1963) para o Rio de Janeiro onde cursou jornalismo. Trabalhou nas redações do Correio da Manhã e de O Sol, onde assinou durante quase um ano a coluna Música popular, de crítica musical. Trabalhou também em agências de propaganda e na gravadora Philips. Aos 22 anos, Torquato se casou com Ana Maria Silva de Araújo, com quem teve um filho único, Thiago, que nasceu em 1970.

Entre suas primeiras letras está “Louvação”, lançada com sucesso por Elis Regina e, em seguida, pelo seu co-autor, Gilberto Gil, em 1967. Naquele ano, estourou o Tropicalismo, no qual Torquato Neto brilhou como excepcional letrista. Sua grande contribuição para o movimento foram as letras da canção-manifesto “Geléia Geral”, de “Marginália 2”, de “Mamãe Coragem” e de “Deus vos salve esta casa santa” (as duas primeiras com Gil, e as duas últimas com Caetano Veloso). Edu Lobo e Jards Macalé foram dois outros importantes parceiros de Torquato Neto. O poeta defendeu em seus artigos polêmicos outros movimentos atuantes na década de 60, como a Poesia Concreta e o Cinema Marginal, em especial o de Rogério Sganzerla, Júlio Bressane e Ivan Cardoso.

Em 1971 e 1972, Torquato escreveu a polêmica coluna no jornal Última Hora, intitulada Geléia Geral”. Nesse espaço, Torquato militou até a exaustão pelo cinema marginal, combateu o Cinema Novo e a música comercial e lutou pelos direitos autorais.

Inquieto e contestador, Torquato Neto sofreu com os anos de chumbo. Depois de ver os amigos Caetano e Gil serem presos, o jovem decidiu deixar o Brasil em 1968. O criador se exilou em Paris e Londres e regressou ao país em 1971. 

Um poeta desconhecido-muito-conhecido, através das letras de muitas canções famosas, os poemas de Torquato Neto seriam reunidos por Wally Salomão no volume “Os Últimos Dias de Paupéria”, na década de 80. Torquato Neto foi defensor e feitor de uma arte underground, cujo principalmente instrumento viriam a ser a Poesia Marginal e os filmes experimentais.

Enfrentando uma severa dependência alcoólica e uma série de crises de depressão, Torquato buscou ajuda se internando em diversos sanatórios para fazer tratamentos psiquiátricos. Faleceu no Rio de Janeiro em 10 de novembro de 1972.

Fontes consultadas:

>> Ebiografia | Torquato Neto

>> Tropicalia | Biografia>> Zona tórrida musa advir: memória das origens em Torquato Neto

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