David Moreira Caldas

David Moreira Caldas

“O Profeta da República”

Davi Moreira Caldas nasceu em 1836 na fazenda Morrinho, em Barras – Piauí. Aos 19 anos tornou-se promotor público da comarca de Campo Maior (17/12/1855 a fevereiro de 1857). Chegou a cursar a faculdade de Direito do Recife, não se formando. Foi professor concursado de geografia do Liceu Provincial (até 1870), professor da Escola Normal (entre 1864 e 1867) criada pelo governo Franklin Dória, Oficial da Secretaria da Presidência (01/06/1866), Oficial Maior da Secretaria do Governo (27/07/1867), deputado provincial (1866/9) e abolicionista.

Em 1870 aderiu ao movimento do Clube Republicano, no Rio de Janeiro, abandonando a direção do Partido Liberal. Redigiu o jornal “O Arrebol”, de caráter científico e literário (1859), “Liga e Progresso” (1862) e participou de “A Imprensa” (1865). Fundou o Jornal “Amigo do Povo” (28/07/1874 a 31/12/1872).

Davi Caldas foi um jornalista polêmico, integrado às causas da abolição e da República. Incorporou na prática jornalística um caráter social para além do jornalismo político panfletário, comum aos demais jornais de sua época. Em fevereiro de 1873, no histórico editorial do primeiro número do jornal “Oitenta e Nove” (o antigo Amigo do Povo) previu o advento da proclamação e resumiu um bem elaborado argumento, no qual mostrava as razões que o levavam a prefixar o ano de 1889 como o marco significativo da independência política do Brasil. A partir desse fato ele ficou conhecido nacionalmente como “O Profeta da República”.

Fundou, ainda, “O Papiro” (1874), “O Ferro em Brasa” (27/08/1877), impresso em papel vermelho, e “O Bom Menino”. Possuía uma tipografia própria, de onde saíam os seus jornais. Como geógrafo conhecem-se, de sua autoria, uma planta de Teresina (1867) e três mapas que figuram no relatório de 21 de julho de 1868 do vice-presidente da província. Patrono da cadeira nº 4 da Academia de Letras do Vale do Longá.

Publicou: “Relatório da Viagem feira de Teresina até a cidade de Parnaíba, pelo rio de mesmo nome, inclusive todo o seu delta, por ordem do Exmo. Sr. Dr. Adelino Antonio de Luna Freire, Presidente do Piauí (1867). Inéditos deixou os livros de versos “musa Triforma” e “Tímidos Ruivo”.

Fontes consultadas:

>> BASTOS, Cláudio de Albuquerque. Dicionário Histórico e Geográfico do Estado do Piauí. Teresina: Fundação Cultura Monsenhor Chaves, 1994, p. 600.

>> Vinicius Leao Araujo.pdf (gthistoriacultural.com.br)

>> 1986-05.pdf (academiapiauiensedeletras.org.br)

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